Há menos de um ano, Mocímboa da Praia era a vila mais movimentada do norte de Cabo Delgado. Atravessada pela estrada (EN 380) que liga a capital provincial Pemba com a “capital” do gás Palma, e servida por um aeródromo com capacidade para receber voos internacionais e por um porto, Mocímboa da Praia era a plataforma giratória (hub) que dinamizava os distritos do norte da província.
Mas desde a noite de terça-feira, o porto deixou de servir os interesses nacionais. O porto de Mocímboa da Praia foi tomado pelos terroristas, depois de longos dias de intensos confrontos com a força de fuzileiros navais que estava posicionada no local. Depois do ataque ao aeródromo local em Março, depois da destruição e vandalização de edifícios públicos, incluindo palácios de dirigentes, estabelecimentos comerciais e residências em Junho, o porto era a única infra-estrutura pública que continuava intacta. Mas na noite de terça-feira acabou caindo nas mãos de terroristas, que voltaram a atacar a vila da Mocímboa da Praia pela quarta vez, desde Outubro de 2017.
Na noite de ontem, quarta-feira, o Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) contactou o Administrador da Mocímboa da Praia, Assuede Saribuna Falume, para obter detalhes sobre a situação que se vive no terreno. Mas o Administrador disse que não tinha informações sobre o assalto à vila da Mocímboa da Praia e nada podia adiantar. “Estou em Pemba há uma semana e recebi orientações para não sair até à chegada do Presidente da República”, justificou-se. Filipe Nyusi é esperado amanhã, sexta-feira, em Pemba, para uma curta visita de trabalho à província de Cabo Delgado. Na sua agenda, consta uma deslocação ao distrito de Metuge, onde estão acomodados cerca de 20 mil deslocados.
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